
A primeira vez que ouvi falar do Jalapão foi no livro 1000 lugares para se conhecer antes de morrer, de Patricia Schultz. Na verdade o livro não fala apenas em conhecer o Jalapão, fala justamente de acampar no Jalapão. Desde então o Jalapão e essa experiência de acampar em um lugar quase inexplorado ficaram na minha listinha de desejos.
Nesse post vou contar como é o destino Jalapão, para que tipo de viajante, o que esperar da viagem, o que levar. E para quem não aguenta de ansiedade, veja os links de como foi a minha viagem dia a dia ( 1o dia, 2o dia, 3o dia, 4o dia e 5o dia).
O destino Jalapão

O Jalapão é um conjunto de cinco áreas de conservação, incluindo o parque estadual do Jalapão, e tem cerca de 34 mil km², sendo maior que os estados de Alagoas e Sergipe. À primeira vista o cenário pode parecer um lugar árido, quente, mas entre as paisagens secas do cerrado se encontram oásis, verdadeiros paraísos como cachoeiras de águas cristalinas, praias de águas transparentes de rios de água potável, veredas com nascentes de água, fervedouros com águas cristalinas onde não é possível afundar e dunas alanrajadas como não se vê em nenhum lugar do Brasil. Apesar da imagem mais famosa do Jalapão ser a das dunas alaranjadas, o Jalapão não é como os Lençóis Maranhenses. Elas ficam situadas perto da Serra do Espirito Santo, de onde vêem as areias que a formam há milhares de anos e que está sempre se movimentando.
Mesmo com toda essa exuberância e beleza, o Jalapão é pouquíssimo visitado: cerca de 15 mil turistas estiveram por lá desde 2001, ano de criação do Parque Estadual. Mas é super fácil entender isso ao chegar lá: a dificuldade de trafegar pelas estradas. Na verdade quando li sobre isso imaginei apenas que seriam estradas de terra ruins, com buracos, como qualquer lugar pouco visitado ou explorado. Só que se fosse assim, com certeza teria mais visitantes, o problema das estradas de lá é que vários trechos são de areia fofa, permitindo apenas que veículos 4 x 4 e com um bom motorista consigam trafegar por lá.
A maioria dos atrativos do Jalapão está a cerca de 50km um do outro, na verdade a impressão que se tem é que tudo é muito mais distante do que realmente é, por conta do tempo que se fica nas estradas.
Para que tipo de viajante
O Jalapão é para amantes de ecoturismo e turismo de aventura. Um paraíso quase intocado e que para ser desbravado precisa de disposição, não apenas para caminhar, fazer trilha, mas também para passar horas sentado em um veículo 4×4 para se locomover entre uma atração e outra. Uma das frases que o guia da Korubo falou assim que saímos de Ponte Alta do Tocantins foi “pratique o desapego”. E cai como uma luva, é preciso praticar o desapego de celular, internet, banheiro, entre outras coisinhas.
É preciso encarar o fato de que estamos no meio da natureza, no cerrado, e que poderemos (e queremos!!!) encontrar com animais como arara-azul, periquitos, emas, raposa, (esses 4 eu cheguei a ver) , mas também poderemos encontrar com onças (eu até queria ver, apesar do medo) e outros não tão bonitinhos como cobras e escorpiões. Cobra eu apenas ouvi e confesso que morri de medo, pois estava na trilha da Serra do Espirito Santo, no meio de muito mato e a falta de visibilidade do chão e de onde ela estava assustava mais ainda. E escorpião é figurinha fácil na região, o encontro com um é certo!
Clima e quando ir:

Existem duas estações definidas: uma de seca, de maio a setembro, e a chuvosa, de outubro a abril. Além de não curtir viajar com chuva (alguém curte? :P) o período chuvoso implica também em maior dificuldade de trafegar nas estradas, já que a areia vira lama.
A temperatura média anual é de 25,8°C , só que isso não diz muito. Na seca, quando fui, o dia é muito quente, chegando facilmente perto dos 40°C , e de noite a temperatura cai bastante e embora eu ache que tenha descido um dia até uns 18°C , o Mauro (guia da Korubo) disse que ficou em torno de 22°C . E essa queda de temperatura é uma delícia para dormir!
Já no período chuvoso não existe essa diferença grande de temperatura entre a manhã e a noite.
Dizem que no período de setembro seria fácil encontrar o capim dourado bem dourado, até encontrei, mas achei que seria em maior quantidade.
Como chegar e circular

Ponte Alta do Tocantins é o portal do Jalapão e fica a cerca de 200km de Palmas, trajeto que é feito em estrada asfaltada. De Ponte Alta do Tocantins até as atrações, que ficam próximas a Mateiros (cerca de 162km de distância entre as cidades) é tudo estrada de terra e areia. Apenas veículos 4×4 conseguem andar por lá, e mesmo assim eu cheguei a ver uma S10 atolada que foi ajudada 2 vezes e ainda furou o pneu em seguida. Não recomendo ir sem guias, dirigindo, pois a densidade demográfica ali não chega a 1 habitante por quilômetro quadrado, e foi muita sorte que esse homem que dirigia a S10 teve de encontrar com o caminhão da Korubo enquanto estava com problemas, simplesmente passávamos horas sem ver nenhum carro. Lembrando que celular não pega nas estradas, apenas a Vivo funciona em Mateiros e em Ponte Alta do Tocantins.
A maneira mais segura, na minha opinião, para conhecer o Jalapão é comprando um pacote específico com tour, guia e tudo que tem direito. Fiz o roteiro de 4 dias com a Korubo (vou entrar em detalhes nos próximos posts mas já adianto que AMEI!) mas também existem outras empresas que prestam esse serviço por lá como a Norte Tur (que também ajudaram aquela S10 atolada na areia da estrada).
O que levar?

Repelente, repelente, repelente (mesmo com muitos eu fui picada até dentro do rio), filtro solar, boné, óculos de sol, protetor labial (além de quente lá é muito seco), tênis, chinelos, biquini/sunga, canga, short, camiseta, casaco leve, dinheiro em espécie, squeeze (nunca usei tanto o meu), calça para trilha, papete para andar de caiaque (caso caia não se machuque nas pedras) lanternas com pilhas extra, remédios para tudo que você já costuma sentir e se tiver alergia a picadas de mosquito um bom anti-alérgico. Se não aguenta ficar muito tempo sem telefone, compre um chip da Vivo para usar em Mateiros.
E você já foi ao Jalapão? Tem alguma sugestão ou dúvida?
Leia também:
Roteiro do 5º dia no Jalapão com a Korubo
Roteiro do 4º dia no Jalapão com a Korubo
Roteiro do 3º dia no Jalapão com a Korubo
Roteiro do 2º dia no Jalapão com a Korubo
Roteiro do 1ºdia no Jalapão com a Korubo
Jalapão: a terra do capim dourado
Jalapão: como é o Safari Camp da Korubo
[…] Conhecendo o Jalapão e algumas dicas para ler antes de ir […]
Minha mãe ja foi ai, amei as fotos dela, fiquei encantada, um dia irei ai com certeza…
Gostaria de ir e conhecer o Jalapão de motor home; para tanto gostaria de saber se existe algum um roteiro, com locais de paradas, postos de combustível e “camping” que permitem a entrada de MHomes.
Oi Valdir, acho bem complicado pq tem muita areia na estrada e você pode ficar com o motorhome atolado nelas.
Ou. Flávia! Estou indo para o Jalapão quinta dia 23/08. Sou uma senhora de 76 anos. Sou uma pessoas viajada, mas nunca fixZ viagem de 4/4
O que vc acha desta viagem para uma pessoa na minha idade?
Sou muito bem disposta, mas tenh idade.
Obrigad pelas dicas d repelente e casaco leve.
Ola Raquel, que legal sua história! Acredito que não fará diferença a viagem ser em uma 4/4. Passa por tantos lugares lindos que vale a pena! Só acho que fica mais difícil ir nas trilhas mas tenho certeza que vai gostar! depois me conta e boa viagem!
Que legal! Tenho o privilegio de morar no ”Portal do Jalapão”, Ponte Alta do Tocantins. E vc falou tudo sobre esse paraíso !
Oi adorei esse post do jalapao. Eu fui esse ano no carnaval num esquema de cicloturismo e foi excelente. É uma opcao para nao ficar tanto tempo dentro do carro pois realmente os atrativos sao bem longe unm do outro.
Abraço juliana
fui ao Jalapão com amigos em maio de 2008.
Fomos de ônibus regular de Palmas até Ponte Alta, onde ficamos na única pousada que existia a época – Pousada Planalto, onde o marido da proprietária D. larazara, era um carioca qur havia “fugido” da violência do Rio. E com ele fIzemos os passeios pelo Jalapão, tendo muito mais contato com a população local do que o famoso passeio korubo, que se mostra muito mais turistico.
O lugar é simplesmente fascinante!
A natureza parece intocável mas apresenta graves perigos quando o rali passa pela região deixando geande devastação, principalmente da fauna.
Segundo os moradores, a melhor epoca para visitar é em serembro, época da colheita com capim dourado.
Sem dúvida vale a visita. Serão recordações de lugares indescritíveis!! O por do sol nas dunas do serrado, o fervedouro onde vc nunca afunda, cachoeiras lindissimas e o povoado de Mumbuca.
Olá.
Pode passar o contato da Pousada em que ficou hospedada.
Quero ir em agosto, estou procurando um lugar com o preço bacana para ficar.
Desde ja agradeço
Oi Flávia adoro suas dicas!
Estamos com viagem programada para final de ano em Recife e Porto de Galinhas. Vc pode nos dar algumas dicas?
Bjs!
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Ola Flavia,
Parabéns pelo seu trabalho, seus posts são muito informativos e detalhados, um achado para quem ama viajar por esse país maravilhoso que é o nosso Brasil, passo horas no seu website/facebook viajando com você 🙂
Depois de ler sua matéria sobre o Jalapão incluí o passeio na minha lista de ‘lugares a conhecer’ e já estou planejando a viagem mas gostaria de saber se você poderia comentar qual foi o diferencial que a levou a escolher a tour da Korubo?
Thank you very much and looking forward to hearing from you!
Eda
Oi Eda! Obrigada pela visita e elogios! Eu descobri o Jalapão no livro 1001 lugares pra conhecer antes de morrer, e lá falava sobre o acampamento da Korubo, pois é a única que tem esse tipo de hospedagem, que por sinal, depois de pesquisar, descobri que é mais confortável que as pousadas da região. E era mesmo. Foi isso. Depois me conta o que achou! Abraços
Oi Flávia!
Gosto muito de seus posts.
Você tem alguma dica sobre a Chapada Diamantina?
Obrigada. Abraços.
Bom artigo, super detalhado! Vou partilhar para os seguidores da pagina FB! Muito útil!
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Flávia, adorei as suas dicas e informações sobre o Jalapão. Tenho muita vontade de conhecer. Agora fiquei mais interessada ainda. Obrigada! Um abraço!
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Adorei o post, Flavia. Conta tudo, de forma transparente e detalhada. Nunca vou esquecer da primeira noite e de seus comentários quando viu o aviso das cobras. rs. Ainda bem que não rolou nenhum encontro. Abs.
verdade Fábio!! Acho que o cartaz me assustou mais do que uma cobra assustaria rs. Abcs
Nossa, Flávia!
Eu não fazia ideia do que era o Jalapão!
Mostrei pro marido e ele animou muito de irmos.
Vamos ver!
Muita gente não faz idéia! E por isso é um paraíso! Vale a pena.. paisagens exuberantes, rios e cachoeiras de águas cristalinas.. tudo de bom! bjs
Post completinho hein, Jalapão é realmente incrível e vale a visita mesmo com todas as dificuldades
Sim!! Acho que as dificuldades fazem parte da viagem e são necessárias para que aquele paraíso continue existindo!! Tudo lá é muito frágil, se facilitar o acesso, em breve o paraíso não vai mais existir!
Bom dia Flávia, adorei seu post. Temos muita vontade de conhecer e gostariamos de saber se você foi com suas filhas. Meu irmão e eu sempre viajamos com nossas pequenas mas fiquei receosa de levar crianças nessa viagem. O que você acha? Uma tem 10 a outra 6 anos.
Oi Daniele, tudo bem? Olha, dá para fazer tranquilamente com crianças. O único passeio que não é tão tranquilo é a trilha da Serra do Espírito Santo, que demora 4 horas e cansa de verdade. Mas não é imprescindível. Me manda email que monto o pacote para vocês com uma empresa bem conceituada lá no Jalapão. manda para flavia@viajaretudodebom.com.br