Resolvi escrever esse post porque foi assunto essa semana em uma conversa com amigas, sobre quem viaja sem as crianças, seja sozinha ou com o marido. E vi que o comportamento das mães tem mudado bastante, e que hoje muitas valorizam e fazem questão desse tempinho pra elas e pro casal.

elas com um ano e pouco em Paris
elas com um ano e pouco em Paris

Eu mesma já tive uma cabeça totalmente diferente da que tenho hoje, e que inclusive era motivo de discussão com o então marido e pai das meninas, pois ele queria viajar a dois e eu queria levar as duas para tudo quanto é lugar. Nessa “brincadeira” acabei me aborrecendo em Paris, por conta  de tudo que narrei no post Paris… linda ,mas proibida para menores… . Não era a minha primeira vez na cidade, o que ajudou no sentido de não criar uma antipatia e nunca mais voltar, mas me mostrou que mesmo um lugar que é unanimidade no gosto de viajantes pode  não ser tão incrível e chegar a ser quase desagradável em alguns momentos se você resolve levar dois bebês.

minha primeira viagem sem elas, Noronha
minha primeira viagem sem elas, Noronha

Mas, mesmo depois disso eu tive dificuldade de me desgarrar delas e viajar.. falava que não ia abandonar as duas com babá, envolver mãe, e viajar por um período longo. Foi com a separação que acabei tendo que me desgarrar delas um pouco, afinal, elas precisavam ficar um tempo com ele também. Depois da primeira viagem dele com elas, de 12 dias, os quais eu quase morri de saudade, eu resolvi planejar a minha primeira viagem sozinha depois do nascimento delas. O destino : meu paraíso no Brasil, Fernando de Noronha. Já conhecia a ilha e fiz um roteiro de 6 dias, o suficiente para matar a saudade, mostrar tudo para a minha amiga que não conhecia e ao mesmo tempo não ficar muito tempo longe delas.  Foram 6 dias me redescobrindo, fazendo coisas que a Flávia , mulher, viajante, curte, e não o que a Flávia mãe acha que vai ser bacana com as meninas ou que a Flávia mãe curte fazer com as meninas. Porque eu curto mergulhar, com cilindro, de snorkel, eu curto fazer trilhas, coisas que com elas é complicado fazer.  E pude fazer tudo que não fazia há muito tempo, e pode parecer piegas, mas a gente acaba esquecendo do que gosta quando é mãe, e acabou sendo um momento de acordar e ver que dá sim para ser mãe, ser mulher, ser viajante com família e sim, ser viajante sem família.

meninas em Gramado, uma viagem focada nelas, só com programa infantil, tudo de bom
meninas em Gramado, uma viagem focada nelas, só com programa infantil, tudo de bom

Tomei gosto por esses momentos meus, comecei a planejar e sonhar com viagens nesse estilo, ecoturismo, que sempre curti e que muitas vezes não é viável com as duas. Assim como enoturismo, algo que também já curtia antes delas nascerem e que também não “harmoniza” muito bem com viagem em família. Esse tempo meu me renova e eu volto morrendo de saudades e revigorada para cuidar delas, brincar, sair e claro, viajarmos juntas. Claro que meus planos são na maioria com elas, e focada nelas, como foi a viagem pra Gramado e Canela, onde sequer fui à vinícolas, mesmo estando pertinho. A programação era infantil, só pra elas, e elas acabaram saindo de lá falando que foi melhor que Disney de tanto que brincaram! Mas deixo sempre um destino, uma viagem separada, pra fazer sozinha. Até porque não dá pra esperar elas crescerem para encarar uma trilha como a do Jalapão,se já foi difícil agora, imagina com mais 10 anos? Eu pararia na UTI rs.

meu estado depois da trilha no Jalapão
meu estado (acabada) depois da trilha no Jalapão

Vejo (algo como estatística de pais de amiguinhos delas),  que casais que fazem isso, viajam a dois, também ficam mais leves, mais unidos, e que esse tempo só para eles dá aquela sacudida na relação. É aquele tempo para voltar a namorar, lembrar do porquê de estarem juntos, de tirar do piloto automático e voltarem a se curtir. Lembro até que quando fui no programa Encontro da Fátima Bernardes falar de viagem com as crianças, tinha uma historinha com atores , com enquete, justamente sobre o assunto, se o casal deveria viajar sozinho ou com os filhos. Aos poucos a história contava que o pai estava carente da esposa, como acontece muito por aí, envolvida com trabalho e filhos, sem tempo pra ele. Naquela história eu daria como sugestão dividir.. um pouco só o casal e um pouco com os filhos.   Afinal a família existe porque o casal existe, e eles estarem bem entre eles, felizes como casal, faz com que a família fique também.

E vocês, o que acham? Viajam com e sem filhos também?