Chegamos ao 4o dia no Jalapão. Acordamos às 4h da manhã e fomos tomar o café da manhã reforçado, com deliciosas esfihas de frango e de queijo e presunto, pois o dia prometia muito desgaste físico . Era o dia que eu estava mais apreensiva!

A idéia era sair bem cedo do acampamento e ir em direção à Serra do Espírito Santo para subir a trilha com o sol nascendo, de maneira que a subida fosse com o sol mais fraco. A temperatura estava super agradável, um friozinho gostoso e isso estava me animando, pois meu preparo físico no frio é um e no calor é quase nenhum.
Depois de 5 minutos que o caminhão saiu do acampamento, ouvimos um barulho e com ele a notícia: a mola do amortecedor havia quebrado e era preciso retornar. Com essa notícia veio outra que aí sim me deixou preocupada: não daria tempo de fazer a trilha pela manhã por conta do imprevisto e por isso ela seria feita no final do dia, com o pôr do sol sendo visto dos mirantes. Isto é, subiríamos a trilha debaixo do sol!
Com a manhã livre por conta do problema do caminhão, aproveitamos e assistimos ao nascer do sol dali da prainha do Safari Camp. E que nascer do sol!, com direito a araras voando, som de pássaros diversos.. coisas do Jalapão.
Depois do espetáculo da natureza, voltei à barraca e dei um cochilo. E como sou comilona, ao acordar voltei ao restaurante que estava servindo café da manhã para quem não ia fazer a trilha e não acordou cedo. Sim, essa trilha não é obrigatória e algumas pessoas optaram por não fazê-la.
Ainda eram umas 9:00h, e aproveitamos e fizemos uma trilha curtinha de 2km para uma outra praia do Rio Novo, tipo a do acampamento. Ao voltar, o almoço já estava praticamente servido. Foi o tempo de comer, descansar um pouco e partir para a estrada de novo, só que agora com o caminhão consertado!


Chegamos à base da serra e ali do chão, ao olhar a Serra do Espírito Santo, nos sentimos menores ainda, perto de toda a beleza e perfeição da natureza: um paredão de 22km de comprimento, cujas rochas são formações areníticas e que vêm sendo moldadas há mais de 65 milhões de anos pelo vento. Não é à toa que é o mais conhecido cartão postal do Jalapão, podendo ser vista de muito longe, no meio do cerrado.

E foi da força da natureza que eu reuni as minhas forças pra conseguir subir a trilha íngreme de cerca de 1km (há controvérsias, uns dizem 900m, outros 600m). E não estou sendo dramática.. mas também não quero assustar ninguém rs Na verdade como falei antes, eu não tenho resistência à atividade física no calor, apesar de morar no Rio, até porque eu corro em esteira e no ar condicionado, aliás, faço tudo no ar condicionado, e pra agravar, eu estava queimada do sol (e piorei a situação passando a manhã na praia).

Meu problema não foi só cansaço, apesar de ser íngreme e com muitas pedras, a trilha não é longa. O problema foi o calor, não apenas do sol , apesar de ser umas 4h da tarde, mas também que refletia das pedras que passaram o dia todo ali retendo o calor, que como já falei antes, é muito forte no Tocantins. Como é cerrado, não tem uma árvorezinha pra gente se abrigar e pegar uma brisa, e com isso eu praticamente acabei com o meu isotônico, com minha água, e ainda usei a do guia que me acompanhava por eu ser a última. No caso das águas eu não acabei apenas bebendo, foi jogando na cabeça e na santa toalhinha Cool towels (que quando molhada fica bem gelada ) que ganhamos para a viagem. Fiz a subida no meu ritmo, bem lenta, parando pra tirar fotos do visual incrível e principalmente para descansar , seja nos 5 bancos que existem na trilha ou em pedras, no chão, em qualquer lugar. Se eu não me engano levei em torno de 1:45h , o que me fez chegar no topo muito perto da hora do sol se pôr.

Chegar ao topo teve significado de superação pra mim, pois sim, pensei em desistir. E eu só digo que valeu e muito! O visual de todo o Jalapão e o cerrado intacto do topo, com plantas exóticas, me deu a sensação de que aquilo ali é pra poucos, e eu era uma das pessoas privilegiadas de poder viver isso. Pena que eu não pude contemplar com mais tempo, tive que correr (literalmente) para o mirante mais próximo, onde estava o Maurício, a Roberta e a Lilian, para assistir ao pôr do sol. O resto do grupo, que subiu mais rápido, estava no outro mirante, a 3km dali, de onde se viam as dunas que fomos no segundo dia e as falésias de arenito de 150 milhões de anos, época que aquela região era coberta pelas águas do mar.

Fiquei triste de não ver isso, pois já estava escurecendo. Na verdade, o passeio é feito sempre pela manhã, e isso não ocorre, dando tempo de contemplar tudo e com iluminação, o nosso só não foi assim por conta do imprevisto do caminhão.


Mal o sol se pôs eu peguei o guia e comecei a descida, sim fui a primeira rs. Na verdade eu conheço o meu nível de estabanação, e vi que descer de noite a trilha cheia de pedras, com algumas soltas, seria um prato cheio para cair. Achei graça do guia que falou que eu estava bem disposta, e sim, desci num pique só, afinal não tinha mais o sol. Descemos tão rápido que fiquei um bom tempo esperando o pessoal no caminhão.

Chegamos cansados no acampamento mas a noite prometia: a tão aguardada fogueira seria acesa na beira do rio. Fomos todos para lá depois do jantar, jogar conversa fora, ouvir as histórias do Mauro sobre o Jalapão e Tocantins, além de causos como o da luz branca que aparece na região. Eu, Gleiber e Guilherme aproveitamos a última noite e caímos dentro da caipirinha, afinal, tínhamos que comemorar uma viagem assim tão especial.
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Jalapão: a terra do capim dourado
Jalapão: como é o Safari Camp da Korubo
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Nossa, lembro até agora do sofrimento que foi subir a serra naquele calorão… mas o pior foi descer no escuro, hehehe… que bom que deu tudo certo! 😉
AMEI ter ido lá em cima! Valeu muito a pena.
foi dureza , mas valeu a pena.. e a gente até que desceu cedo..
[…] Roteiro do 4º dia no Jalapão com a Korubo […]
Foi superação total, Flávia. Você sabe que eu também tenho essa dificuldade, na academia, na esteira, corro super bem, mas vai me colocar pra correr ao ar livre… Vish. Enfim, a paisagem era motivadora e fomos todos privilegiados. Abração.
verdade.. a paisagem era motivadora!!! beijos
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