Eu sempre falo que é muito complicado montar um roteiro de 3 dias de qualquer lugar. Isso porque 3 dias é muito pouco pra conhecer qualquer cidade (imagina Londres!) mas é muito comum, principalmente na Europa, que as passagens pelas cidades sejam rápidas, espremidas em roteiros com várias delas. Também é super comum, e já aconteceu comigo, de estar indo para algum destino e comprar passagem fazendo uma parada em outro e aproveitar e tentar conhecer alguma em pouquíssimo tempo. Por isso que não só acho que esses roteiros de 3 dias são úteis como acho que são os mais difíceis de montar. Por isso lancei o desafio para minha amiga querida Bianca Fernandes, que é apaixonada por Londres, de montar um roteiro de 3 dias na cidade. E ela não só fez como eu curti muito o resultado! 

Por Bianca Fernandes 

Roteiro de 3 dias em Londres

Big Ben
Big Ben

Três dias, uma semana, um mês, um ano, sempre serão pouco tempo em uma cidade como Londres. Mas não é por causa disso que não vamos aproveitar pelo menos um pouquinho, não é? Como o tempo é escasso, deve-se ter em mente que não dá para encaixar um monte de museus no roteiro. Os museus de Londres são enormes e simplesmente apaixonantes, ou seja, o risco de entrar em um e só sair quando fechar é grande (fui praticamente expulsa do Imperial War Museum…). É uma questão de gosto pessoal, mas acho que os correlatos de Nova York não chegam nem aos pés dos museus londrinos.

 

Pode ser interessante investir naqueles ônibus vermelhinhos de hop-on-hop-off. São bons para uma vista panorâmica da cidade e possuem paradas estratégicas, e a pessoa decide em qual vai ficar. Depois, é só embarcar de novo no próximo ônibus.

 

Mas para quem gosta de curtir bem o principal da cidade, apesar do pouco tempo, segue a proposta. Elaborei o roteiro partindo da ideia de que os três dias são cheios, ou seja, a pessoa vai acordar e dormir em Londres. Se o primeiro dia for o da chegada e o terceiro o da partida, será necessária uma redução de atividades de acordo com os horários de aviões e trens. Ah, caso achem cansativo qualquer deles, sempre há uma estação de metrô no caminho para encurtar trajetos. É só verificar que estação fica perto do lugar ao qual se quer chegar. Confesso que nunca andei de ônibus em Londres, não gosto de ficar parada em trânsito em viagem, mas com certeza também é um meio de transporte bem eficiente.

 

 

Dia 1:

 

Como não poderia deixar de ser, escolhi o Big Ben (Metrô Westminster) para iniciar o passeio. Ele se situa na Torre do Palácio de Westminster, à sua esquerda, parada para as fotos clássicas. Ao lado direito, situa-se a Parliament Square, que você pode atravessar, passando pela St. Margaret Church, para chegar à Abadia de Westminster. Local da coroação dos reis, dos casamentos, e última morada de Isaac Newton, Charles Darwin, Lord Byron, Elizabeth I e sua irmã Mary… Há quem ache a visita dispensável, e o ingresso é bem caro, mas é bacana para quem gosta de História. Não é uma visita longa, mas como ela abre às 09:30 h, talvez não dê tempo de assistir a Troca de Guarda do Palácio de Buckingham.

Retornando à estação Westminster, pegar a Avenida Whitehall, onde se situam vários prédios do governo, sendo o número 10 de Downing Street o que mais chama a atenção. É a residência do David Cameron, Primeiro Ministro Britânico. A rua é inacessível ao público e não adianta ficar no portão para dar tchauzinho. Ele não vai aparecer , nunca entendi aquele povo que se aglomera ali … Ainda na Avenida Whitehall, está localizado o Horse Guards Parade, local onde há a troca de guarda da Cavalaria. No meio da rua também há um monumento em homenagem aos mortos nas guerras (Cenotaph).

No final da Avenida Whitehall, vire à esquerda, atravesse o Admiralty Arch. Em frente, se situa uma praça enorme, a Trafalgar Square (Metrô Charing Cross). Nela está situada a Coluna de Nelson, monumento em homenagem ao Almirante Horatio Nelson, grande herói da Batalha Naval de Trafalgar. No mesmo local também se localizam a National Gallery e a National Portrait Gallery.

Depois, entre no Mall. Nesse ponto, basta seguir reto até chegar ao Palácio de Buckingham (Metrô Green Park). Se você conseguiu chegar entre 10:00 e 10:30h, verá uma multidão ao redor. Estão aguardando a Troca de Guarda, que acontece impreterivelmente às 11:30h, diariamente no verão e em dias alternados no inverno (confirmar datas em http://www.army.mod.uk/events/ceremonial)

Alguns consideram programa de índio? Sim. Tem um bando de gente? Sim. Mas se você não viu a Troca da Guarda vai ficar faltando algo… Londres sem ela não tem graça. Dica: não fique na calçada em frente. Fique na calçada do Palácio, e, se conseguir, perto das grades, porque a Troca propriamente dita acontece lá dentro. Na rua, acontece o desfile, que é igualmente imperdível.

Após o espetáculo, acho válido seguir até o Covent Garden (Metrô Covent Garden) É uma região com opções de restaurantes, e onde fica o Museu do Transporte de Londres, interessantíssimo, principalmente para quem viaja com crianças. Após, até mesmo para fazer a digestão, aconselho uma voltinha pelo Victoria Embankment Gardens (Metrô Embankment), um parque muito bonito às margens do Tâmisa, onde se situa o Cleopatra’s Needle (um obelisco com o qual o governo egípcio presenteou o britânico), atravessar a Waterloo Bridge e seguir até a London Eye (Metrô Waterloo), a roda gigante que permite uma vista magnífica da cidade.

Por fim, e para quem gosta, sugiro um passeio pela região dos teatros, e, como programa noturno, uma peça de teatro entre as várias opções em cartaz, e que nada deixam a desejar em relação às peças da Broadway. A peça mais antiga em cartaz no mundo é assistida em Londres: A Ratoeira, de Agatha Christie, no Teatro St. Martin. A melhor estação de metrô para chegar a esta região é a de Leicester Square. A rua principal da região é a Shaftesbury Avenue, mas há teatros espalhados para todo lado. Ah, ali perto também fica a loja da M&M’s, para quem curte. Dica: em Londres é normal todo mundo ir ao teatro de metrô. É super seguro, eu mesma assisti sozinha à Ratoeira e voltei de metrô para o hotel às 23:00h, sem qualquer problema.

Troca de Guarda
Troca de Guarda

Dia 2:

 

No segundo dia, é legal começar por uma visita ao Museu de Cera de Madame Tussaud (Metrô Baker Street). As filas são homéricas, dobram quarteirão e, para evitá-las, os ingressos podem ser adquiridos pela internet com horário marcado, em www.madametussauds.co.uk. Não dá pra ficar em fila com tão pouco tempo na cidade, certo? No site eles ainda têm umas ofertas legais para tickets combinados.

Vocês podem perguntar: logo de manhã??? Sim, por um motivo simples. Pela minha experiência, a melhor coisa é começar o dia com a atração que tem horário marcado. Evita sair correndo pela cidade deixando um passeio bom pela metade porque tem hora marcada.

 

Depois de uma sessão exaustiva de fotos com todos os astros e estrelas que puderem imaginar, é só seguir pela Marylebone Road até encontrar a estátua de Sherlock Holmes. Ao virar à primeira à direita, chega-se à Baker Street. Para quem é fã do detetive inglês, poderá usar meia horinha do seu tempo e visitar o Sherlock Holmes Museum, no 221-B, reprodução perfeita do que seria a casa do detetive, com uma lojinha de souvenires bem legal.

 

Já para quem é mais fá de Beatles do que de Sherlock Holmes, a alternativa é seguir adiante na Marylebone e seguir a Lisson Grove, até chegar ao Abbey Road Studios e, quase em frente, à famosa travessia do disco Abbey Road (Metrô St. John’s Wood). Impossível resistir a uma fotinho atravessando a rua (os motoristas já sabem do costume e param pras pessoas tirarem fotos).

À tarde, sugiro uma visita a um dos dois maiores museus da cidade: o Museu de História Natural (Metrô South Kensington). Caso a viagem envolva crianças, pode ser bacana dividir a visita entre ele e o Science Museum, que fica ao lado, e é muito divertido para os pequenos. Mas já aviso: impossível esgotar a visita ao museu todo em uma tarde, levei um dia inteiro com pausa para almoço. Ao final, é uma boa passear sem pressa e descansar nos gramados dos Kensington Gardens.

 

Dia 3:

Catedral de St. Paul
Catedral de St. Paul

Em muitos pontos da cidade, é possível olhar para o cenário e ver uma enorme e bela cúpula. Trata-se da Catedral de St. Paul (Estações St. Paul’s, Mansion House e Cannon Street), mais famosa por ter sediado o casamento de Charles e Diana do que por seu conteúdo, que, posso garantir, é lindíssimo. Segue, no entanto, o mesmo conselho que dei quanto à Abadia de Westminster. Muita gente acha a entrada cara e que, por isso, não vale a pena, mas do ponto de vista histórico, é igualmente imperdível. A cidade vista da cúpula é deslumbrante, mas, segue a advertência: se você, como eu, tem pavor de altura, NÃO SUBA. É um lugar estreito e o parapeito é meio baixo, me senti muito mal ali.

 

As duas últimas sugestões para o terceiro dia podem ser seguidas se você não quiser visitar a Catedral de St. Paul. Caso faça a visita, escolha um dos dois lugares para fechar o mini passeio em Londres com chave de ouro:

 

A Torre de Londres (Metrô Tower Hill), ao contrário do que muitos pensam, não é aquela torrezinha em cima de uma ponte no Rio Tâmisa. Aquela é a Torre da Ponte da Torre (isso mesmo…). A Torre de Londres é uma fortificação antiquíssima e que, durante séculos, serviu de prisão, e foi o lugar da decapitação de Ana Bolena, uma das esposas de Henrique VIII. Possui histórias interessantíssimas, incluída a dos dois principezinhos herdeiros do trono que foram presos ali e posteriormente executados a mando de Ricardo III, que nunca foi confirmada. Na Torre também ficam guardadas as jóias da Coroa Britânica, que ficam em exposição ao público. Lindíssimas! Sempre há exposições temporárias, no dia em que fui estava exposta a coleção de armaduras de Henrique VIII. Os animaizinhos de estimação da Torre, uns corvos fofos, também ficam em gaiolas por ali. Surigo comprar os ingressos online, pois as filas costumam ser imensas. O site é www.hrp.org.uk.

 Torre de Londres
Torre de Londres

Na minha humilde opinião, a cereja do bolo é o Museu Britânico (Metrô Holborn). A visão externa do prédio já é um espetáculo à parte, parecendo um imenso templo grego no meio do fervo londrino. A entrada é gratuita e o acervo é incrível. Para quem não tem muito tempo, sugiro ir direto desbravar a ala de artefatos egípcios. É enorme, deslumbrante, múmias para todo lado.. Mas igualmente imperdível é a ala da civilização assíria, com o bônus de se ter o Mausoléu de Halicarnasso todinho para ser admirado em uma sala…

 

Curtiu o roteiro? Tem alguma dica especial de Londres? Deixe ela no comentário. 

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