
Quem me lê sempre sabe que sou uma carioca apaixonada pela minha cidade, e que estou morando em Orlando há 2 anos e meio. Pelo tempo vocês podem perceber que quando o Museu do Amanhã foi inaugurado, em dezembro de 2015, eu não estava no Rio de Janeiro e passei longos 9 meses pensando em visitar a super nova atração da cidade. Como viemos passar as férias de verão das meninas com a família, reservei um dia para fazer o passeio justamente com a prima, tia, e meu pai, e saímos todos encantados com o que vimos!

Museu do Amanhã e o Porto Maravilha
O Museu do Amanhã fez parte do projeto de revitalização da região portuária do Rio, o Porto Maravilha. Pra quem conhecia ou mora no Rio, a mudança foi absurda! A zona portuária do Rio era, além de feia, decadente. Para completar o caos que era o Cais do Porto do Rio , havia um viaduto no meio do caminho, obstruindo a vista do mar de quem estava no centro da cidade e obstruindo o centro da cidade de quem vinha por mar. E a demolição desse elevado, a Perimetral, foi feita em partes, entre 2013 e 2014. Meu pai, que trabalhou por anos ali na região portuária, ficou maravilhado com toda mudança!
Além do Museu do Amanhã, fazem parte do Porto Maravilha o Museu de Arte do Rio (o MAR), o VLT (veículo leve sobre trilhos, que liga o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio) , a Orla Conde, e vias expressas e túneis. Tudo isso está pronto agora, para as Olimpíada Rio 2016.
A Arquitetura do Museu do Amanhã

Não daria para falar do museu sem falar da estrutura, da arquitetura. Debruçado nas águas da Baía de Guanabara, o museu tem uma forma longilínea e ocupa 15 mil metros quadrados. Como ele é cercado por espelhos d’água, jardins, ciclovia e área de lazer, a área total acaba sendo de 34,6 mil metros quadrados. Quando fui no museu, eu não tinha pesquisado nada sobre a arquitetura dele, e eu e o meu pai tivemos a mesma impressão: do seu formato remeter aos navios do porto, onde está localizado, e debruçado na Baía de Guanabara, também como um navio. E não estávamos tão errados, de acordo com o arquiteto responsável, o espanhol Santiago Calatrava : “A ideia é que o edifício fosse o mais etéreo possível, quase flutuando sobre o mar, como um barco, um pássaro ou uma planta” . Outra informação que pesquisei é de que o formato dele, inclusive as formas vazadas são para que a paisagem ao redor, como o Mosteiro de São Bento (um dos mais importantes conjuntos barrocos do país) e outros edifícios ficassem visíveis de diversos pontos.

O Museu do Amanhã
Como ele próprio se define no site, o Museu do Amanhã é um museu de ciências bem diferente. E não poderia ser de outra forma, afinal o amanhã não existe ainda, portanto é uma reflexão a respeito do que está acontecendo hoje e sua possível consequência no amanhã. A Exposição Principal trata o amanhã dessa maneira, induzindo, através de perguntas separadas por 5 partes, os visitantes à reflexão. Além da exposição principal, o museu utiliza o seu primeiro andar para as exposições temporárias, e eu tive o prazer de ir na “O poeta voador, Santos Dumont”.
– Exposição Principal do Museu do Amanhã
As cinco partes da Exposição Principal são: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós. Como o amanhã ainda não existe, o que se vê no percurso são experiências, muitas interativas, que têm o objetivo de levar o visitante à reflexão. O bacana é que as mais de 40 experiências do percurso são disponibilizadas em português, inglês e espanhol.

A interação é feita com o ingresso do museu, que vira uma identidade lá dentro.

O Cosmos é a primeira parte do museu, onde acontece o filme em 360 graus que leva o visitante aonde tudo começou, com direito a uma pincelada na história do universo. A ideia é fazer a reflexão ” Como chegamos até aqui?” . Como o museu está super em alta e a cidade cheia por causa da Olimpíada, a fila para o filme era de 20 minutos.
Na segunda parte da exposição, temos a Terra , que é subdividida em 3 cubos gigantes de 7 metros de altura, cada um com um tema: Matéria, Vida e Pensamento. A parte da Vida foi a que mais deixou meninas curiosas, pois trata do DNA, assunto que até eu acho super interessante.
Se tem uma parte que hipnotiza é o Antropoceno, a área central da exposição. Eu confesso que não tinha escutado essa palavra, e depois descobri que o termo foi criado pelo vencedor do prêmio Nobel de Química de 1995, Paul Crutzen e significa Era dos Humanos (antropo – humanos, ceno – era) . A parte é formada por 6 totens gigantes, de 10 metros de altura, que servem de telões que passam imagens de diversas partes do mundo e mostrando a influência dos homens nelas. Muitas imagens vêm com textos curtos e refletem sobre a pergunta “onde estamos?” O bacana é que no meio dos totens existem espécies de sofás onde as pessoas deitam para mergulharem nas imagens.

A parte dos Amanhãs faz exatamente a pergunta “para onde vamos?”. Foi a parte que achei mais simples. O ambiente é feito no formato de ‘origami’ e essa parte é subdividida em 3 áreas : conviver (sociedade), viver (planeta) e ser (pessoa). Espécies de primas com telas fazem a interação através de perguntas sobre os temas.


O final da exposição é o Nós, onde somos levados a pensar no que fazemos hoje e à pergunta “qual o legado que deixaremos para as próximas gerações?” . A estrutura dessa parte é sim uma espécie de oca de índios, simbolizando a casa do conhecimento indígena. No centro dela um objeto que só entendi depois que pesquisei: uma churinga . O objeto, dos aborígines australianos, é uma ferramenta temporal, que interliga o passado ao futuro. Simboliza o conhecimento passado pelas gerações antigas sendo deixados para as futuras. Confesso que achei essa parte decepcionante, afinal a exposição é super interessante no início, no meio, e termina assim. Merecia um desfecho melhor. Mas, para compensar, atrás do Nós existe um ponto com uma vista incrível para o espelho d’água do museu e para a Baía de Guanabara. Pausa para fotos pois o lugar merece!! A dica é sentar ou mesmo deitar no chão para pegar todo o visual!
Em relação ao tempo do percurso da exposição principal, vai variar de acordo com o visitante e seu interesse. Dá pra passar umas 5 horas tranquilamente no museu, se interagir em todos os lugares possíveis. Diria que uma média de 3, 3,5 horas, só pra essa exposição.

Exposição temporária “O poeta voador, Santos Dumont”

Meninas amaram “rever” Santos Dumont em tão pouco tempo. Afinal no mês passado estivemos em Petrópolis e no Museu Casa de Santos Dumont e elas adoraram! Elas já ficaram felizes de verem uma réplica de tamanho real do 14 Bis na entrada do museu, e só depois eu vim saber que já fazia parte da exposição. Na exposição temporária, que fica no primeiro andar do museu,
Nessa exposição, que já adianto que é bem pequena, Santos Dumont é mostrado como um cientista, empreendedor que se inspirava nas artes.
Como chegar no Museu do Amanhã
Como estávamos com 3 crianças e meu pai, fomos de Uber. Mas se a ideia é ir de transporte público eu recomendo que vá ou de ônibus ou que faça baldeação de metrô com o VLT, pois a estação do metrô mais próxima não é tão próxima assim. Pra quem sai da zona sul tem os ônibus 443 e 455, que deixam o passageiro próximos ao destino (para outras localidades da cidade, consulte no Vá de ônibus a melhor linha e trajeto) Se optar por ir de metrô é só descer na estação Uruguaiana e dar uma caminhada de uns 15 minutos. O super novo VLT (veículo leve sobre trilhos) deixa praticamente na porta, na Parada dos Museus (o Museu de Arte do Rio é praticamente do lado do Museu do Amanhã) . Mas como o trajeto é só no centro da cidade, você pode pegar ele do ponto de partida, o Aeroporto Santos Dumont, ou próximo às estações de metrô como Cinelândia ou Carioca. Se a ideia é curtir o Rio ao máximo, eu recomendo exatamente isso: metrô + VLT . A passagem individual do metrô custa R$ 4,10 e a passagem do VLT custa R$ 3,80, mesmo preço das passagens de ônibus.
Dicas para visitar o Museu do Amanhã
- Compre os ingressos pela internet. Eles são vendidos com hora marcada e já garante que não pegue fila para entrar. O link para comprar é esse aqui.
- Aproveite para visitar o Museu de Arte do Rio, o MAR, ele fica quase em frente e se comprar os dois ingressos juntos, ganha um bom desconto.
- Vá com roupas confortáveis e lembre que o centro do Rio de Janeiro é bem mais quente que na orla. Lembre também que essa região, apesar de estar mais bonita, ainda é perigosa por ter muitos pivetes. Pra vocês terem uma ideia, eu fui agora, na Olímpiada, teoricamente na época mais segura. E vi pivetes na região dos espelhos d’água, de olho no pessoal tirando fotos com celulares, pra depois seguir e roubar quando estivessem distantes da área com policiais.
- A vista do Museu do Amanhã vista do MAR é linda.
- O pôr do sol visto da área dos espelos d’água do Museu é bem bacana! Vale a pena se programar de sair do museu nesse horário.

Ingressos e filas
Abaixo eu coloquei os preços dos ingressos, mas vale a pena lembrar que às terças é de graça e que existe a fila preferencial, que é uma mão na roda (pra quem pode) . O idoso, acima de 60 anos, pode levar um acompanhante nessa fila, e cada criança de 6 anos ou menos pode levar 2 pessoas com ela. Digo que isso é super importante pois o museu é novo, e por enquanto ainda vai ter muita fila! E ela é no sol! Ah, Cariocas ou moradores da cidade pagam meia!
Informações
Site do museu: https://www.museudoamanha.org.br/
Endereço: Praça Mauá, 1 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20081-262
Horários
De terça a domingo, 10h – 17h.
Dias: De terça à domingo , sendo que às terças a entrada é gratuita.
Ingressos
R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Às terças, a entrada é gratuita.
Bilhete Único dos Museus (Museu do Amanhã + MAR):
R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)
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