Dicas para conhecer Dublin - Irlanda
Já falei com ela que precisamos viajar juntas... Mais um post no Dica do Leitor da querida amiga Bianca Andrade, contando de uma viagem que eu acompanhei há pouco tempo por fotos nas redes sociais: Dublin. Como sempre as dicas são ótimas, até porque ela pesquisa muito antes de viajar. Confira:
Por Bianca Andrade
Dublin

Antes de falar de turismo, um pouquinho de história: Dublin é a capital da República da Irlanda, que se declarou independente do Reino Unido em 1916, e foi reconhecida como tal em 1922.
A introdução é importante porque muita gente confunde Irlanda, que integra a Comunidade Européia e utiliza o euro como moeda oficial, e Irlanda do Norte, esta sim ainda pertencente ao Reino Unido, e cuja capital é Belfast. Ambas se situam na mesma ilha, mas quem quiser visitar as duas, vai ter que providenciar duas moedas diferentes: libra e euro. Nunca é boa ideia levar somente euro, o câmbio nas lojas dos países que utilizam a libra não favorece, e nem todas aceitam também o euro, ou, quando aceitam, dão troco em libras.
Dito isto, vamos às informações práticas.
Clima:
Estive na Irlanda em pleno verão, no mês de agosto, o que não significa sol e calor. Chove. Muito, uma chuva que não dá pra saber de onde saiu. E de repente surge um sol lindo, junto com um monte de arcos-íris. Seu melhor amigo será sempre um Mac (aquelas jaquetas de plástico leve que cabem na bolsa). Não faz um frio cortante como na Escócia, mas não dá para sair de short e camiseta. Só consegui tirar o casaco uma vez em 11 dias.

Como Chegar:
Só há duas maneiras de se chegar à Irlanda: avião e ferryboat.
Da Inglaterra o ferry sai de Holyhead ou Liverpool em direção a Dublin. Se você estiver saindo da França pode pegá-lo em Cherbourg, em direção a Rosslare ou Dublin ou em Roscoff, somente em direção a Rosslare.
Para esta viajante que vos escreve, que só viaja sozinha e precisa arrastar a própria mala, a aventura seria bastante desconfortável, pois exige deslocamento de trem até as cidades mencionadas. Preferi o avião, e fiz a rota Rio-Dublin-Londres-Rio, pela British Airways.
Algumas pessoas fazem o trajeto intermediário através de empresas low cost, mas não gosto de fazer isso, por causa da restrição de bagagem. Prefiro garantir minhas duas peças de 32 quilos em qualquer ocasião, e muitas vezes um trecho a mais na passagem não influi no preço final, como foi o caso. Vale pesquisar antes de se deixar seduzir pelas tarifas baixíssimas das low cost.
A British é uma companhia cara e não parcela a passagem se você a adquire via internet. No entanto, foi a que me ofereceu a melhor tarifa pelo trecho (a da Air France/KLM era extorsiva, e de quebra eu ganharia algumas conexões desnecessárias em Paris ou Amsterdam). Como recompensa pela exaustiva pesquisa diária, consegui uma tarifa bastante razoável (R$ 2.500,00 reais em 2014).
No aeroporto:

O Aeroporto de Dublin/Baile Átha Cliath é pequeno, mas bastante confortável e bem sinalizado. Para deixar o aeroporto e seguir até a cidade, há algumas boas alternativas: o bom e velho táxi, que custa em média uns € 30 até a cidade, e, para quem quer economizar, os ônibus da AirCoach (www.aircoach.ie) e da AirLink (www.dublinbus.ie). Não aconselho os ônibus regulares, pois são mais cheios, e alocar as malas vira um tormento. Utilizei o da Airlink, linha 747. Comprei via internet, levei o voucher até o guichê de turismo que fica bem em frente à saída do aeroporto e à parada do ônibus, e troquei pela passagem. Tem lugar para as malas e a viagem é confortável. Só é bom verificar se o hotel reservado fica próximo a uma das paradas (cada uma delas indica os hotéis que ficam nas proximidades, e os principais são atendidos pela linha).
Hotel e Alimentação:

Difícil indicar hotel pois cada um conhece suas necessidades. Uns preferem preço baixo, outros conforto, outros priorizam a localização. Posso dizer que consegui reunir conforto, qualidade, limpeza, boa localização e bom preço no Hotel Beresford (www.beresfordhotelifsc.com), situado na Store Street, número 1, ao lado da rodoviária, conhecida como Dublin Busáras. Acordar de manhã com o barulhinho das gaivotas que passeiam pelo Rio Liffey é imperdível! Reservei e paguei antecipadamente em 12 vezes sem juros na hotéis.com. Os quartos são limpos, confortáveis, o café da manhã é pago à parte, mas é bem generoso. Achei meio caro, mas numa cidade fria e chuvosa como Dublin, ter que sair logo de manhã cedo catando o que comer é desanimador. Só faria mesmo se tivesse que economizar muito.
Se esse é o seu caso, nas ruas principais de Dublin, principalmente na O’Connell Street, existe uma cadeia de minimercados chamada Spar, que oferece uma boa variedade de sanduíches, pães, biscoitos, leite, sucos e tranqueiras em geral por um bom preço. Comprei muita coisa ali para lanchar no hotel à noite. A Tesco e a Centra também se prestam ao mesmo objetivo.
E por falar em comida, os restaurantes em geral são bons e a comida não é cara, mas nesse aspecto infelizmente a Irlanda segue bastante a tendência do vizinho Reino Unido: desagrada bastante ao paladar, pelo menos ao meu, e olha que ele está longe de ser muito requintado...em resumo: come-se mal.

Transporte:
Se locomover em Dublin é extremamente fácil. Basta pegar um mapa na recepção do hotel e... voilá, você chega em qualquer lugar. É uma cidade muito pequena, dá para alcançar qualquer ponto turístico, museu ou igreja a pé! Não gastei um centavo em transporte.
Para quem não gosta tanto de esticar as pernas, ou não pode, o sistema de tram, conhecido como LUAS (aquele bonde sobre trilhos) é bastante eficiente e cobre bem a cidade, que também é bem servida de linhas de ônibus, como pude observar nas minhas muitas andanças pela cidade. Caso deseje utilizar bastante o transporte público, sugiro pesquisar se vale a pena adquirir um Leap Card, um cartão inteligente que pode ser usado tanto no LUAS quanto nos ônibus, bem como nos DARTS’s (espécie de metrô que cobre a Baía de Dublin) por uma tarifa mais acessível (www.leapcard.ie).
Pontos Turísticos:
Outro aspecto muito pessoal, pois cada viajante tem suas preferências. Uns gostam de museus ou igrejas, outros de compras, outros de parques ou locais de relevância histórica... para quem quer conhecer de tudo e tem tempo disponível para isso, é boa pedida adquirir um Dublin Pass (www.dublinpass.ie), pois a economia em ingressos é boa, e há a opção de aquisição conjunta do Leap Card. Seguem as minhas dicas de pontos bacanas para visita, segundo meu gosto pessoal:

- Museus: Dublin Writers Museum, National Museum Of Ireland, Dublin Wax Museum, Dublinia (perfeito para levar as crianças, pois trata-se de uma exposição interativa).
- Igrejas: Christchurch Cathedral, St. Patrick’s Cathedral, St. Andrew’s Church.
- Prédios Históricos: Trinity College, Bank of Ireland, Dublin Castle, Dublin City Hall, Four Courts, Custom House.
- Parques: St. Stephen’s Green, Merrion Square (nela se situa a famosa estátua de Oscar Wilde).
- Monumentos: Estátua de Daniel ‘O Connell (na rua de mesmo nome, a principal da cidade), Estátua de Molly Malone, Estátua de Charles Parnell, státua de James Joyce, Monument of Light.
- Outros: Guinness Storehouse, Old Jameson Distillery, Temple Bar. Ah, e nem pensar em não dedicar uma noite a um autêntico pub irlandês, e verifique se, nas datas em que você vai estar na cidade, haverá apresentação do grupo de dança Riverdance. É um espetáculo lindíssimo, até crianças adoram.

Passeios:
Fora do centro da cidade há passeios muito interessantes. Gostei muito de percorrer a Baía de Dublin, as praias são bonitas (só não sei quem tem coragem de entrar na água com tanto frio, vento e chuva, mas...). O Malahide Castle é imperdível, e fica a pouca distância de Dublin, assim como o Rochedo de Cashel e Blarney Castle. O Parque Nacional de Glendalough, ao qual você chega depois de perambular pelas Montanhas Wicklow, de uma beleza impar, é maravilhoso. Como não dirijo, tenho por hábito adquirir day trips no site www.viator.com. Dessa forma, tive a chance de conhecer as paisagens irlandesas e, em média, presenciar mais de 10 arcos-íris diferentes por dia.
Compras:
A queridinha dos compradores é a Grafton Street, na qual se concentram as maiores lojas de Dublin, como River Island, Brown Thomas, HMV, Accessorize, Monsoon e, é claro, a maravilhosa rede de farmácias Boots.
Além de ser o paraíso das compras, a Grafton Street é uma concentração interessante de artistas de rua, que oferecem espetáculos de uma qualidade invejável. Fiz questão de passar todos os dias ali e me acotovelar na muvuca que se formava diante de um grupo que tocava maravilhosamente bem rock clássico e, no fim do dia, já escurecendo, amava apreciar um senhor que tocava as mais lindas peças num violino. E Grafton Street vem com um bônus: termina no St. Stephens Green, um parque urbano lindíssimo, ótimo para aquela pausa para descansar da maratona turística.
Por fim, achei relevante fazer um comentário sobre a maior preciosidade que encontrei em Dublin: o povo. Os irlandeses são solícitos, simpáticos, educados e sempre se prestam, com bom humor, a dar qualquer informação e a repetir qualquer coisa. Afinal, verdade seja dita, é impossível entender de cara o inglês de um irlandês, a menos que ele colabore e fale bem devagar...E eles te contagiam tanto com o orgulho que têm de serem irlandeses que é impossível não sair de lá cantando Galway Girl, Molly Malone (a da estátua, isso mesmo!) e Whisky in the Jar!.