Búzios com crianças em pleno feriado
Por íncrivel que pareça eu nunca havia pego estrada na vida. Isso porque sempre que viajei de carro (80% das vezes pra Região dos Lagos) eu estava ou com meu pai, ou com namorado. E quem me conhece sabe que o meu negócio é praia.. e minha cidade praiana preferida aqui do estado do Rio é Búzios.
Existe aquela "disputa" Búzios x Angra.. Mas eu acho Búzios mais "carioca", um dos exemplos que eu dou é que é IMPOSSÏVEL ir na Rua das Pedras de salto... E as famosas sandálias "rasteirinhas" são a cara das cariocas. E Búzios cada vez mais bem preparada pra receber o turista, você encontra as melhores grifes na região da Rua das Pedras.
Em termos de restaurantes Búzios não está atrás de nenhuma cidade grande. Vários restaurantes do Rio abriram uma filial lá, entre eles : Capricciosa que divide o salão com o Satyricon na Orla Bardot, o super lotado e badalado Chez Michou com seus crepes deliciosos.. e muito mais.. Não faltam opções, desde restaurantes chiquérrimos à Bob's e Mc Donald's, além de sorveterias.
E a night de Búzios também é cheia de opções como Pacha , o Zapata, Pátio Havana e a Privilége. Tudo no circuito Rua das Pedras - Orla Bardot, onde está todo mundo sempre indo e vindo na alta temporada ou feriados. Dizem que Búzios é a Saint Tropez brasileira, mas eu que conheço as duas, só posso dizer que Búzios dá de 1000. Não foi à toa que há uns 50 anos Brigitte Bardot se encantou com o lugar. :)
Mas voltando à minha escolha por Búzios. Uma das filhotas, 4 anos, morre de medo de onda e eu na Barra da Tijuca é difícil ter dias sem ondas. Juntei a saudade de Búzios com essa missão: fazer filha ver que existe praia com poucas ou quase nenhuma onda. Por isso, também não fiquei na badalada Geribá.

Queria um hotel com conforto, afinal viajar com 2 crianças de 4 anos é ainda cansativo, e que fosse próximo de uma praia calma. E descobri o Ferradura Resort , que estava com uma ótima promoção pro feriado, crianças não pagando e meia pensão, e o melhor: 100 metros para a praia da Ferradura.
O site deixa um pouco a desejar, o hotel é bem grande, mas tem várias piscinas e a maior tem o Bar Molhado. No bar molhado dava pra fazer um bom "almoço" a um preço razoável, e o sanduiche de filet mignon realmente me conquistou rs..
O atendimento do hotel também foi ótimo, precisei várias vezes de água morna para fazer mamadeiras (sim, elas ainda tomam de Sustagem) e sempre solícitos. Os quartos compostos de 2 camas king size e televisão com tv à cabo além de wireless free. O café da manhã era um atentado à qualquer dieta, com um simpático garçon fazendo o crepe que você quisesse... Variedade de sucos, frutas e pães. Após a viagem, achei perfeita a escolha do hotel, localização, atendimento, custo-benefício.. principalmente se comparar ao Breezes que fica em Geribá, que tem mil e uma atividades, mas que pra quem vai pra Búzios não faz muito sentido.. Búzios é pra sair explorando as praias, as ruas...O Ferradura Resort tem diversão, comodidade, praticidade, na medida certa.
Agora a parte mais complicada da viagem: pegar o famoso engarrafamento para a região dos Lagos e pleno feriado, com 2 crianças. Saí bem cedo e a ida, apesar de pegar trânsito foi tranquila: 3:45hs. Depois que meu pai insistiu muito, eu coloquei um penico no carro, em caso de emergência, e claro, quando pai e mãe falam, a "coisa" acontece. E foi o que salvou, na ida uma das filhas usou, e na volta, com 8 horas de viagem/engarrafamento as 2 usaram e dentro do carro, até porque elas ficaram com vergonha e por sorte o meu carro é espaçoso atrás. Mas definitivamente será item obrigatório em qualquer viagem com elas de carro rs..Além de água, lanche e brinquedos para distrair...

Eu poderia ter passado o feriado todo apenas indo na Praia da Ferradura, até pela comodidade do Hotel com barracas, toalhas, cadeiras... Fora as opções de lazer como pedalinho, caiaque...
Aliás, queria ter explorado mais Búzios, mas viajar com criança sempre dá uma cansadinha extra..
Na sexta fomos na Ferradurinha, que por sinal era a primeira que eu queria ter ido por saber que não tem onda MESMO.. rs

Acho a Ferradurinha linda por conta das pedras.. e meninas subiram um pouco comigo pra admirar a vista.
O tempo foi curto, Búzios está com diversas opções de lazer para crianças, mas valeu a pena. :)
Paris...linda, mas proibida para menores...

Antes de viajar comprei um livro: Guia Paris com as crianças , de Anna Chaia e Adriana Moller. Isso porque conhecendo Paris e os parisienses já imaginava o aperto que ia passar. O livro é bom, apesar de não se aprofundar nas dicas de cada lugar. Mas, a diferença entre bebê e criança aparece mais forte ainda quando falamos de Paris. Logo não funcionou para mim.
Para começar não sei porque cargas d'água não tem produto Nestlé em Paris, pensei que sendo uma empresa européia eu teria ao menos essa facilidade como tive em Barcelona e Lisboa. Aliás, é difícil achar um mercado em Paris, como achei nas outras cidades, o que torna a tarefa de conseguir algo para as crianças comerem mais difícil ainda.
Foi a única cidade da viagem que não fiquei em apart-hotel, preferi ficar perto da Torre Eiffel, em um bom hotel de uma rede e que eu teria com certeza um chuveiro decente, isso porque já tinha ficado em um hotel fofo de roteiro de charme em Saint Germain e o chuveiro era uma ducha pendurada que não podia ser ligada sem estar segurando com uma mão. Para quem quer ficar em apart-hotel, recomendo qualquer um da rede Citadines. Tem em quase todos os bairro da cidade e me parecem muito bons, apesar de caros.

No primeiro dia fomos levar às meninas para a Eurodisney (vou fazer um post exclusivo). Eu já conhecia (em uma ida à Paris em plena greve cultural, você topa fazer tudo que não esperava fazer em Paris), e achei que podia ser legal para elas, até porque o resto dos programas que eu tinha planejado não eram bem infantis. E aí tive uma boa surpresa, o que na primeira vez que eu fui me chocou, não vi em nenhum momento no parque: pessoas fumando em todos os lugares. Já sabia que o fumo tinha diminuído em Paris, mas confesso que não acreditava. Em 2001 ao pedir uma mesa para não fumante, fizeram cara de surpresa e me colocaram ao lado do banheiro.. e essa impressão ruim que ficou na minha cabeça: pessoas fumando em todos os cantos e até nas filas do parque. E aí tive aquela sensação que não tinha tido lá, e que temos na Califórnia ou em Orlando: Disney é Disney. E tudo é feito para agradar você , e quando digo tudo é tudo mesmo.

Não se encontra comida para bebês no parque, mas mesmo que as crianças não comam pizza, macarrão, fica difícil elas negarem uma pizza com o formato da carinha do Mickey, ou então o penne a bolonhesa na embalagem da turma toda. Foi só falar que era o "papa do Mickey" que funcionou. :)
Vi apenas um trocador no parque todo, mas também não precisava de mais nenhum.. era fantástico, com direito a fraldas e todos os apetrechos para as mães desprevinidas. (nada de graça, claro!)
No mesmo espaço, mas separado por paredes, cadeiras de alimentação com o formato da cabeça do Mickey, microondas e tudo para dar a papinha dos bebês. Realmente muito bem feito. Lá que vi uma mãe francesa dando uma papinha pro bebê , reparei a marca e corri atrás de comprar no dia seguinte. Meninas gostaram.

Acabei conhecendo uma parte do parque que não gostaria de ter conhecido: Primeiros Socorros. Uma das minhas filhas caiu no labirinto e bateu com a cabeça no meio-fio. Não abriu , mas inchou muito na hora. Fomos super bem atendidos, e em inglês, deram um remédio tipo homeopatia de arnica para não ficar muito roxo, e como estávamos na Disney, para o momento ter um pouco de alegria deram para a minha filha um Atestado de Bravura e Coragem, lindo, e assinado pelo Mickey, Pateta, Pluto, enfim, todos da turma, e nominal a ela. Ela com um ano e sete meses não entendeu, mas com certeza daqui a alguns anos vai debochar da irmã que tem um atestado assinado por todos e a irmã não tem. :P
O dia seguinte sim, tomamos conhecimento que estávamos em Paris. Confesso que me assustei com a quantidade de scooters espalhadas pela cidade e com a falta de respeito delas com os pedestres. Mesmo com o carrinho de bebê eles vão acelerando para você atravessar mais rápido isso com o sinal aberto para os pedestres... Sentar para comer em uma Brasserie com criança é missão impossível, te tratam mal, e praticamente te convencem que não é bom comer ali. Em uma delas sequer me trataram.. fiquei em pé esperando que me levassem à mesa e ninguém foi nos atender.
A sensação que tenho é que não existe bebê por lá.. nem em galerias, em restaurantes, não se encontram trocadores. Descobri um, depois de perguntar mil vezes, em uma loja de fast food na Champs Elysees e fui algumas vezes em dias diferentes. E só. Depois conversando com uma pessoa que tem contato com parisienses eu descobri que não existe esse hábito de trocar fraldas em trocadores, eles trocam no carrinho mesmo. Bom, vou deixar meus comentários a respeito da higiene para lá rs

Todos sabem que o Metrô de Paris é altamente funcional, porém sem carrinhos de bebê.. todas as conexões são com escadas, nem escada rolante tem, e a tarefa fica super cansativa com dois carrinhos. Pra compensar a falta de estrutura, quanto mais turístico o lugar, melhor pra levar as crianças, inclusive museu. Isso porque são tantos turistas , e todos falando ao mesmo tempo, que não é a voz de uma criança que vai atrapalhar o passeio dos outros, porque é essa a sensação que você tem em Paris: eles acham que criança faz barulho, incomoda, portanto é indesejável.
Na Torre Eiffel cuidado ao escolher o elevador para subir se estiver com o carrinho de bebê, isso porque apenas no elevador para deficientes físicos é permitido entrar com o carrinho aberto e o bebê nele, caso erre o elevador, vai ter que tirar o bebê e ainda levar o carrinho desmontado na mão.

A época do ano é importante pois fica muito difícil ir aos bonitos parques e jardins com as crianças com temperaturas baixas. E olha que fui na primavera, mas pegamos 6, 7 graus .. Não consegui deixá-las brincar por exemplo nos lindos jardins de tulleries..
Enfim, Paris é tudo de bom, mas com bebês a coisa muda de figura.