Roteiro de 3 dias em Fernando de Noronha

Não recomendo menos de 5 dias em Noronha. É uma viagem cara, com preço alto de aéreo e de hospedagem, mesmo que seja uma pousada domiciliar, Noronha é um lugar caro justamente por ser uma ilha e tudo chegar lá pelo mar.
Mas se o tempo for curto e tiver apenas 3 dias inteiros na ilha, dá pra conhecer bastante dela com esse roteiro que não tem aluguel de buggy.
A maior preocupação é quanto ao mergulho de cilindro, essa atividade requer pelo menos um dia de intervalo para viajar de avião por isso coloquei no 2o dia do roteiro e isso não pode ser mudado. Essa dica de roteiro contempla o que há de mais especial na ilha.
Primeiro dia: Ilha Tour. Eu sempre recomendo esse passeio pro primeiro dia. Ele sai às 08:00hs da manhã e percorre as principais praias da ilha, passa pelo Museu do Tubarão, pelo buraco da Raquel, dura em média 8 horas e dá uma ótima noção geográfica da ilha. O passeio é com guia que ainda conta as histórias da ilha, realmente vale a pena. O fim do passeio é no Mirante do Boldró contemplando o pôr do sol lindo com vista dos Dois Irmãos.De noite, palestra do IBAMA no projeto TAMAR.

Segundo dia: Passeio de barco pela manhã . É nesse passeio que dura a manhã toda que é possível ver os golfinhos pulando em volta do barco. Imperdível.

Na parte da tarde, mergulho com cilindro, seja batismo ou para credenciados. De noite, palestra do IBAMA no projeto TAMAR

Terceiro dia: O horário depende da maré, é bom verificar a tábua e se organizar. Trilha longa Atalaia-Caieira. Dura entre 4 e 5 horas. Eu recomendo a trilha longa porque o visual é incrível,costeando quase todo o mar de fora. O mergulho livre na praia da Atalaia é incrível com direito a ver filhotes de tubarão. Essa trilha é bem cansativa, mas eu acho que vale a pena fazer o passeio de Planasub ou Aquasub, mergulho a reboque de lancha, com pranchinha. Como não faz esforço é bem tranquilo pro dia. De noite, palestra do IBAMA no projeto TAMAR.

Se tiver uma manhã livre ou o fim de tarde de chegada livre, vale a pena fazer a caminhada pelo centro histórico da ilha e conhecer depois dele, caminhando, as praias do Cachorro, do Meio e da Conceição pois nenhum dos passeios passa por elas.
Vale a pena também escolher uma das noites para ir no famoso forró do bar do Cachorro e escolher entre um sábado ou uma quarta ir jantar no Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria.
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Dica de hospedagem em Fernando de Noronha: Pousada da Filó

O tipo de hospedagem mais usado e conhecido em Fernando de Noronha é pousada domiciliar: casas de ilhéus adaptadas para acomodar os turistas. Até porque Noronha é conhecida por tudo ser caro, e como o lugar que menos se fica é no hotel, não vale a pena escolher algo muito caro sem curtir. Mas, mesmo dentro desse grupo de pousadas domiciliares , existem umas que se destacam (e MUITO) das outras, não apenas pelo conforto, como localização, café-da-manhã e estrutura.

Sempre recomendo a Pousada da Filó, onde fiquei na primeira vez que fui pra lá. E mais ainda depois que experimentei outra (Pousada Alamoa) e detestei. A Filó possui bangalôs concebidos em alvenaria, estilo bem clean, ar condicionado, tv, frigobar, cama box king size, além de wi-fi e tv a cabo. O café da manhã é super bem servido, com direito a quitutes da cozinha nordestina como tapiocas, sucos e bolos, tudo bem fresquinho. A localização é ótima: Floresta Velha, ao lado da famosa Pousada (que é um hotel) Zé Maria e seu ótimo restaurante, com vista para o Morro do Pico e acesso por trilha curta à praia da Conceição. Alguns bangalos têm vista para o Morro do Pico, fiquei em um deles e vale a pena!

Ela sai um pouco mais cara que as outras pousadas domiciliares mas essa diferença compensa em hospitalidade, limpeza, localização e serviço!
Fernando de Noronha e o Projeto Tamar

Em Noronha eu pude conhecer e me apaixonar pelo Projeto Tamar . Esse projeto lindo foi criado em 1980 pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, que mais tarde se transformou no Ibama. É reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha e serve de modelo para outros países, sobretudo porque envolve as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho sócio-ambiental. O nome TAMAR vem das primeiras sílabas de Tartaruga Marinha. Sua missão é pesquisar, conservar as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção. E Fernando de Noronha é um ponto importante e estratégico para o TAMAR .

Noronha é um sítio de reprodução da tartaruga verde, que utiliza as praias arenosas do arquipélago para a desova entre os meses de dezembro e julho e também é um local escolhido pela tartaruga-de-pente para alimentação, crescimento e repouso quando jovens. A principal praia de desova é a Praia do Leão (mar de fora), que corresponde a 80% das ocorrências, ficando os outros 20% nas praias do mar de dentro entre Sancho e Conceição. Eu mesma vi várias plaquinhas do TAMAR na Praia do Boldró, mas nada se compara a quantidade delas na Praia do Leão.
São registradas a cada estação reprodutiva uma média 100 desovas, gerando 8.900 filhotes da tartaruga verde.

Apesar de ter sido criado em 1980, o TAMAR chegou a Fernando de Noronha em 1984, quando o arquipélago ainda era administrado pela aeronáutica e em 1986 foi criada a APA - Área de Proteção Ambiental. Em 1988 foi criado o Parque Nacional Marinho e a Praia do Leão o embrião deste. No arquipélago, considerado uma das bases mais importantes do projeto, é feito monitoramente das fêmeas no período reprodutivo, a marcação e recaptura das tartarugas que utilizam o local para reprodução, alimentação e repouso.

E como Noronha é lugar turístico, o Projeto TAMAR criou o Centro de Visitantes- Museu Aberto das Tartarugas Marinhas que ajuda na sensibilização e educação ambiental. No centro há exposições, palestras gratuitas imperdíveis com temática ambiental no auditório sempre às 20hs, café e uma lojinha que encanta.

Em relação às palestras no auditório, sempre recomendo a quem estiver indo para Noronha que se organize e vá pelo menos a uma delas. Cada dia é um tema diferente conforme a seguir, começando na segunda: Golfinhos Rotadores; Projeto Tamar e as Tartarugas Marinhas; Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha; Atol das Rocas; Tubarões; Conhecendo Noronha; e Continente Antártico. Jamais vou esquecer a palestra de Tubarões que assisti na primeira vez que fui na ilha, quando o biólogo frisou que até então nunca aconteceu um ataque de tubarão na ilha, isso ajuda a vencer o possível medo! rs Mas falando sério, são belas aulas de educação ambiental e vale muito a pena!
Blogagem coletiva: A importância do WI-FI gratuito em #turismoemdebate
Idealizado pelo Maurício do Trilhas e Aventuras , o #turismoemdebate realizado no dia 9 de janeiro de 2012, com o tema Wi-Fi gratuito no twitter teve a adesão de grande parte da blogosfera viajante e também de seus seguidores, assim como de algumas empresas de turismo. Além do debate no twitter com a hashtag #turismoemdebate, que será mensal, a idéia é fazer uma blogagem coletiva do que foi tirado do debate.
É unanimidade: todos concordam que wi-fi gratuito deixou de ser um Plus pra ser um serviço básico em estabelecimentos como hotéis, restaurantes, aeroportos, pontos turísticos e etc. Mas acho que o trade turístico ainda não se deu conta disso, pelo menos aqui no Brasil. O que vemos por aqui são atitudes isoladas como Fernando de Noronha e de alguns hotéis , restaurantes e shoppings.
Smartphones e seus aplicativos de redes sociais como Facebook, Twitter, Foursquare, onde o usuário pode compartilhar no momento que está acontecendo, experiências e dicas, são cada vez mais comuns, e isso pode inclusive melhorar a divulgação de um destino, hotel, restaurante. Falta ao trade entender e usar isso ao seu favor como já acontece em outros países.
Houve um momento do debate que foi questionado se o wi-fi gratuito era importante no turismo de aventura, em um parque nacional por exemplo. Eu levantei a questão do uso do GPS (também no caso dos smartphones) na questão da segurança, em caso de acidente, por facilitar a localização e ajudar na rapidez do resgate. Acho que se a tecnologia existe, vamos usá-la de todas as formas, principalmente quando falamos em segurança. Não vai ser isso que vai impedir que o turismo seja de aventura ou que não tenha emoção.
Para se ter noção da importância que eu dou ao wi-fi gratuito, durante o #BlogturFoz eu soltei a frase : "troco comida por wi-fi" . Afinal eu estava viajando, em um lugar maravihoso, louca para compartilhar fotos, experiências, dicas em tempo real, e nem todos os lugares eu tinha rede e isso me deixava de mãos atadas. Como eu diria no twitter, wi-fi gratuito é um investimento baixo para as empresas e o retorno, através do marketing em tempo real, é alto!! #ficaadica ;)
Se tiver interesse no assunto, leia também os posts da Blogagem coletiva:
Garon Piceli, ClickFoz: Wifi gratuito é tema de discussão no twitter
Edson Maiero, Phototravel: Conquistando seu cliente com wi fi gratuito
Sut-Mie, Viajando com pimpolhos : A importância do wi-fi gratuito para o turismo brasileiro
Jodrian Freitas, Aventura Mango: Turismo de aventura precisa de wi-fi grátis?
José Henrique Amormino Fonseca, Aventuras e Expedições: Turismo em Debate: A Importância do Wi-Fi Grátis
Maurício Oliveira, Trilhas e Aventuras: Turismo em Debate – Wi-Fi Grátis: Sim ou Não?
Pedro Serra, Blog Sem Destino: Wi-Fi gratuito, uma necessidade básica do viajante
Clarissa Comim, Viagem e Viagens: Turismo em Debate | Wi-Fi Grátis
Carol May Rodrigues, Dicas e roteiros de viagens: A Importância do Wi-fi Gratuito para o Turismo
Gleiber Rodrigues, Andarilhos do Mundo: Wi-fi Grátis #TurismoEmDebate
Danielle Mendes, Dicas e Turismo: Wi-fi gratuita. O que temos a ganhar e o que temos a perder?
Erika Marques, Outros Ares: Turismo em Debate | Wi-Fi grátis X Mídia espontânea
Guilherme Tetamanti, Viajando com Eles: Importância da internet grátis para o crescimento do turismo no Brasil
O que vai ser de Noronha depois dessa temporada de Cruzeiros?
Dá para perceber tanto no blog, como na fan page que eu tenho um carinho, na verdade paixão mesmo, por Fernando de Noronha. Fui duas vezes, uma em 2005 e outra esse ano, e já fiquei decepcionada com a falta de cuidado com a ilha na última ida, como o estado em que se encontrava a escada que leva à Praia do Sancho.

Totalmente enferrujada, oferecendo perigo aos visitantes e nada mais é que o único acesso por terra à considerada por muitos a melhor praia do Brasil. Muito triste, mas faz parte do tipo de problema fácil de se resolver, e que já foi resolvido pelo que me contaram.
O que tem me preocupado, e não só a mim, como ambientalistas e outros blogueiros, é a quantidade de Cruzeiros Marítimos que irão passar pelo arquipélago nessa temporada de verão 2011/2012.
O limite de visitantes diário na ilha é de 450, mas só o Ocean Dream da CVC tem capacidade para quase 1500 passageiros. Em cada viagem, o navio permanecerá na ilha 2 dias e uma noite. Isto é, se for dividir, serão cerca de 750 desembarcando em um dia e 750 no outro, fora os turistas que chegam de avião. E definitivamente a ilha não tem capacidade para receber essa quantidade de turistas, e falo de estrutura, taxi, restaurantes, aluguel de bugues, transporte. E pior que isso, qual o impacto no meio ambiente dessa invasão de turistas?
Mas o que acho mais engraçado é que o argumento dos responsáveis pelo navio é de que o desembarque simultâneo é de no máximo 350 passageiros, distribuídos em passeios diferenciados por terra e mar. Das duas uma: ou esse número não é respeitado ou significa que a pessoa compra uma viagem de navio, por no mínimo R$ 1800, com um roteiro definido, dizendo que irá ancorar em Fernando de Noronha e a pessoa simplesmente poderá ser impedida de descer!!!
Resumindo, em termos de dica para os turistas, ir para Fernando de Noronha por navio é, na minha opnião, a maior furada, porque você sequer sabe se vai conseguir desembarcar. Além disso, Fernando de Noronha, mesmo sendo uma ilha, não dá pra se conhecer em 2 dias inteiros, é preciso no mínimo 4 dias na ilha para conhecer tudo, mesmo assim correndo.
E quanto ao impacto ambiental, segue o trecho da reportagem do IG , que vale a pena ler toda, a respeito desse assunto com opnião de um oceanógrafo.
" Ambientalistas, no entanto, preocupam-se com a vinda de turistas em massa para Fernando de Noronha. “Os impactos ambientais são proporcionais ao tamanho do cruzeiro e irreversíveis. Depois da vinda de um navio deste tamanho, a história só não se repetirá se for inviável economicamente”, afirma o doutor em Oceanografia, José Martins da Silva Júnior, Coordenador do Projeto Golfinho Rotador e Responsável pela Base Avançada do Centro Mamíferosa Aquáticos / ICMBio em Fernando de Noronha".
Segundo o oceanógrafo, os turistas de cruzeiros, por terem apenas um ou dois dias para conhecer a ilha, provocam uma sobrecarga instantânea no ecossistema local, já que se todos tendem a se concentrar em um mesmo lugar, ao mesmo tempo. “Dados do projeto da ONG indicam que os golfinhos-rotadores estão abandonando Fernanda de Noronha. Fato relacionado diretamente ao incremento do número de vindas dos cruzeiros”, afirma Silva Júnior. "

Como já foi iniciada a temporada, só me resta torcer para que os danos ambientais sejam os menores possíveis e que algo seja feito para que isso mude para o ano que vem; e que minhas filhas consigam um dia ver imagens como essa ao lado.