
Visitei o Galpão das Paneleiras de Goiabeiras durante a blog trip #descubraoes e pude ver de perto uma das maiores expressões culturais capixaba. A produção artesanal de panela de barro, um ofício passado de mães para as filhas por mais de 4 séculos, foi reconhecida pelo IPHAN como um Bem Cultural de Natureza Imaterial e titulada como Patrimônio Cultural Brasileiro.

A Associação já se tornou um dos pontos turísticos da cidade, atraindo turistas interessados em comprar as peças (panelas, portes, travessas, bules e caldeirões) e ver como as mesmas são confeccionadas. E em 1815 as panelas de barro já estavam na lista de atrativos do Espírito Santo, descritas por Saint Hilaire como: “caldeira de terracota, de orla muito baixa e fundo muito raso… num lugar chamado Goiabeiras, próximo da capital do Espírito Santo” .


Durante a visita é possível ver todos as etapas do processo de produção. A modelagem das peças é feita manualmente, com auxílio de pedras lisas, cascas de coco ou objetos similares, e impressiona a rapidez que elas são feitas. As panelas, depois de modeladas, ficam em lugar ventilado e protegido do sol até secarem completamente. Só depois então é efetuada a queima, não em forno, mas em fogueiras a céu aberto, seguindo as tradições indígenas. Depois recebem uma tintura de tanino num ritual conhecido como “sova” ou “açoite”, feito na peça ainda quente, logo após a saída do fogo. Assim o tanino penetra nos poros da cerâmica, cobrindo fissuras e tornando ela impermeável. Além disso, o tanino facilita o cozimento, por concentrar mais o calor e ajuda a conservar os alimentos.

O barro é extraído na própria região, assim como o tanino, que dá a coloração escura, também é extraído de uma árvore do mangue localizado bem em frente ao galpão.

O bacana é que em todo o processo existe a preocupação em não prejudicar o meio ambiente, e foi disseminada a consciência da preservação. A casca do mangue vermelho, usada para retirar a tintura de tanino, só é retirada em um dos lados da árvore, não prejudicando o manguezal. A queima também não é feita com madeira de desmatamento de árvores da região, são usados restos de madeira, o que faz da prática milenar e artesanal mais encantadora.

O galpão tem 32 cabines, todas com armário, bancada e prateleiras individuais, onde cada paneleira confecciona seus produtos. No segundo piso do galpão existe uma lanchonete e uma área que permite aos visitantes visualizarem todo o espaço e ainda com vista pro mangue. As Paneleiras pretendem no futuro expandir as instalações montando um restaurante de pratos típicos capixabas.

Informações:
Endereço: Rua Leopoldo G. Salles 55 (Galpão das Paneleiras) Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 8 às 18 horasNo caso de grupos, a visita deve ser agendada pelo telefone (27) 3327-0519.
Sobre a viagem
Conheci o Galpão das Paneleiras de Goiabeiras na blog trip realizada pela Secretaria de Turismo do Espírito Santo, chamada #descubraoespiritosanto
Leia também outros posts da blog trip #descubraoespiritosanto :
Descubra o Espírito Santo: Blog Trip
Espaço Maria Mariana em Manguinhos- Serra
Ilha das Caieiras, lindo visual, pesca, siri e moqueca capixaba!
Guarapari: Praia e moqueca em Meaípe
Convento da Penha – Vila Velha
Selva Sassiri: maior circuito de arvorismo da América do Sul
[…] Galpão das Paneleiras de Goiabeiras – Vitória […]
[…] Galpão das Paneleiras de Goiabeiras – Vitória […]
[…] Galpão das Paneleiras de Goiabeiras – Vitória […]
[…] Galpão das Paneleiras de Goiabeiras – Vitória […]
[…] Galpão das Paneleiras de Goiabeiras – Vitória […]